15 de dezembro de 2009

RNAI- UMA NOVA DEFESA IMUNOLOGICA CONTRA VIRUS

Recentemente foi descoberta pelos pesquisadores norte-americanos Andrew Fire, da Universidade de Stanford e Craig Mello, da Universidade de Massachusetts (ambas nos EUA) um novo RNA: o RNAi ou interferência de RNA . A descoberta de Fire e Mello ajudou a mostrar que as funções do RNA na célula vão muito além de simplesmente transportar as informações do DNA para o citoplasma da célula, como se acreditou durante décadas. A importância do mecanismo de RNAi é que ele permite a degradação do RNAm de um gene específico e, com isso, o silenciamento de sua expressão, mostrando-se um processo fundamental na regulação da informação genética Ele se tornou uma ferramenta importante de pesquisa básica que permite identificar a função de genes específicos. Já estão sendo testados tratamentos inspirados na RNAi para combater a infecção por vírus como o HIV e para silenciar a atividade de genes envolvidos em várias formas de câncer. . Acredita-se que a RNAi esteja associada com a resposta imune contra vírus e material genético estranho.

IMONODEFICIÊNCIAS


Os defeitos em um ou mais componentes do sistema imune podem levar a doenças graves e freqüentemente fatais, que são chamadas IMUNODEFICIÊNCIAS.
As imunodeficiências podem ser primárias ou congênitas quando resultam de defeitos genéticos que muitas vezes surgem na fase lactante ou infantil, mas outras vezes podem ser detectadas somente na vida mais tardia. Elas também podem ser classificadas como secundárias ou adquiridas quando se desenvolvem como conseqüência da desnutrição, do câncer disseminado, do tratamento com drogas imunossupressoras, ou quando o sistema imune é o alvo de infecções, mais notavelmente pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), agente etiológico da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
A principal conseqüência das imunodeficiências é o aumento da suscetibilidade às infecções e a certos tipos de cânceres. De fato a natureza da infecção ou a instalação e progressão de tumores em um paciente em particular depende em grande parte do componente do sistema imune que está defeituoso.
Na maioria dos casos as imunodeficiências congênitas podem resultar de defeitos da maturação ou da ativação dos linfócitos ou de defeitos dos mecanismos efetores da imunidade inata e adquirida.
As imunodeficiências adquiridas dizem respeito a fatores externos que exercem efeitos deletérios no sistema imune. No caso do vírus HIV os prejuízos são grandes porque o alvo é o linfócito T CD4+ que, uma vez infectado, pode ser destruído à medida que novas partículas virais surgem no seu citoplasma, rompendo a membrana celular.

IMUNIDADE HUMORAL


IMUNIDADE HUMORAL
A Imunidade Adquirida pode ser subdivida em Imunidade Humoral e Imunidade Mediada por Células. Esta envolve a participação dos linfócitos B e T, aquela envolve a participação de anticorpos ou imunoglobulinas secretadas.
Vimos que a Imunidade Adquirida é uma entidade fisiológica muito mais complexa que a Imunidade Inata. De fato, a Imunidade Adquirida possui mecanismos internos que garantem a memória imunológica e, logo, o aprimoramento da resposta imune aos antígenos microbianos ou aqueles outros antígenos que ameaçam a integridade do organismo.
Essa memória imunológica é conferida pela permanência dos linfócitos de memória e o produto dos linfócitos B e plasmócitos, os anticorpos. Mas como isto acontece?
Após a fase de declínio da resposta imune a um determinado antígeno, alguns linfócitos ainda persistem, mesmo que a ameaça tenha cessado (ex: a eliminação dos microrganismos): estes são os linfócitos B de memória, plasmócitos de vida longa e células T de memória.
Os linfócitos T e B de memória são células que respondem mais prontamente a uma segunda exposição ao antígeno (resposta secundária). Na verdade, um contato subseqüente (ex: dias, um mês ou um ano depois) ao antígeno é capaz de induzir uma resposta imune mais rápida e específica do que aquela desencadeada no primeiro contato. Participam destes mecanismos secundários as células T, B, os plasmócitos e os anticorpos secretados por estas últimas.
Os plasmócitos são células diferenciadas a partir dos linfócitos B ativados após o contato com os antígenos. Estas células produzem e secretam grandes quantidades de imunoglobulinas enquanto estiverem vivas.
Alguns plasmócitos, derivados do primeiro contato com os antígenos, podem migrar para a medula óssea e viver neste sítio onde continuam a produzir anticorpos durante anos depois que o antígeno foi eliminado. É estimado que mais da metade da IgG encontrada no soro e mucosas de indivíduos normais é derivada destas células que foram induzidas pela exposição a vários antígenos durante a vida do indivíduo. Então, são os plasmócitos de vida longa e os linfócitos B de memória as únicas células que produzem e secretam anticorpos.
Estas imunoglobulinas específicas para os antígenos permanecem com seus títulos relativamente altos mesmo após o declínio da resposta, aguardando um segundo contato com antígenos (micróbios ou produtos microbianos).
A produção desses anticorpos ocorre principalmente nos órgãos linfóides e na medula óssea, porém estas glicoproteínas exercem suas funções efetoras em sítios distantes da sua produção, isto porque as imunoglobulinas entram no sangue e nas secreções mucosas (os humores corporais) e nestes são capazes de circular até os sítios onde os antígenos estão localizados. De fato, encontramos imunoglobulinas – Ig - de diversos subtipos ou subclasses: IgG, IgM, IgE e IgA; distribuídos no sangue, linfa, líquidos intersticial e mucosas e suas secreções. Nestes humores, os anticorpos exercem suas funções imunológicas.
As funções efetoras dos anticorpos são as de neutralização e eliminação dos micróbios infecciosos e das toxinas microbianas ou derivadas dos venenos. No entanto, estas funções requerem a participação de outros mecanismos efetores, incluindo os macrófagos e as proteínas do sistema complemento.
Sabemos que os anticorpos ou imunoglobulinas são glicoproteínas constituídas por duas regiões: variáveis (VH e VL) e outra constante. A região constante compreende a cadeia pesada (ver resumo dos anticorpos) e é chamada de Fc - esta parte medeia muitas funções destas moléculas. Por exemplo, algumas subclasses da IgG ligam-se a receptores Fc dos fagócitos e promovem a fagocitose das partículas revestidas por este anticorpo; a IgM e alguns anticorpos IgG ativam o sistema do complemento, e a IgE liga-se aos receptores Fc dos mastócitos e eosinófilos e desencadeia sua ativação.
Apesar de que muitas funções efetoras dos anticorpos sejam mediadas pelas regiões constantes, Fc, das cadeias pesadas da Ig, todas essas funções são dependentes e desencadeadas pela ligação dos antígenos às regiões variáveis. Isto porque são as porções variáveis ou Fab que reconhecem com especificidade os antígenos. “Sem ligação não há ação!”
Como ocorre a neutralização dos micróbios e das toxinas?
É importante ressaltar que os microrganismos e as toxinas possuem alvos definidos: algumas bactérias ou vírus possuem tipos celulares específicos como alvos - as células do pulmão, do cérebro ou do intestino; algumas toxinas são neurotoxinas, proteases ou lipases. Enfim, micróbios ou toxinas se ligam a determinados locais moleculares nos seus alvos ou receptores celulares.
Os anticorpos inibem ou “neutralizam” a infecciosidade dos micróbios, bem como os efeitos lesivos potenciais da infecção quando eles se ligam aos sítios na membrana dos micróbios ou na superfície das toxinas, bloqueando a interações destas entidades com seus alvos celulares. Por exemplo, o vírus da influenza (gripe) usa seu envoltório de hemaglutinina para infectar as células epiteliais respiratórias (alvo celular) e as bactérias gram-negativas usam suas pilosidades para se inserirem e infectarem uma variedade de células do hospedeiro. Os anticorpos anti-influenza se ligam na hemaglutinina ou nas pilosidades bacterianas (anticorpos anti-bactérias gram-negativas), impedindo que estas estruturas interajam com seus alvos específicos.
O mesmo ocorre com as toxinas que possuem regiões ativas ou sítios catalíticos que respondem pelas ações danosas destas moléculas. As imunoglobulinas podem se ligar diretamente nestes pontos da proteína, bloqueando estes sítios ativos. Por exemplo, a toxina tetânica liga-se à placa motora terminal das junções neuromusculares e inibe a transmissão neuromuscular, causando paralisia, enquanto a toxina diftérica penetra em diversos tipos celulares, onde inibe a síntese de proteínas. Os anticorpos antitoxinas retardam as interações das toxinas com as células do hospedeiro e evitam que essas toxinas causem lesão tecidual e a doença per si.
Os anticorpos podem se ligar a micróbios e a toxinas, mas o que acontece depois?
Na verdade não são dois ou três anticorpos que se ligam a seus alvos celulares ou moleculares, são centenas ou milhares de imunoglobulinas que se ligam a uma bactéria, vírus, helminto ou toxina, formando um revestimento que cobre a superfície destes antígenos. Este processo é chamado de opsonização; sem ele as chances de neutralização dos antígenos são mínimas ou bastante reduzidas.
O revestimento das imunoglobulinas deixa as regiões ou caudas Fc dos anticorpos expostas. Lembrem-se, a ligação dos anticorpos aos seus alvos ocorre via regiões Fab, regiões variáveis, deixando as caudas Fc liberadas para se ligarem a seus receptores localizados na membrana dos macrófagos, neutrófilos, células NK, eosinófilos e mastócitos.
Uma figura associativa seria a de um balão que, descendo, joga suas cordas para que possa ser puxado pela equipe de superfície. O balão seria o antígeno (micróbio ou toxina), as cordas seriam os anticorpos, a parte da corda acessível à equipe da superfície é a porção Fc. A equipe de superfície seria composta pela diversidade de células com receptores para Fc ou FcR, os macrófagos e as células NK por exemplo. O ato de puxar o balão seria a ancoragem propiciada pela ligação do antígeno opsonizado à superfície destas células, favorecendo a fagocitose e/ou a lise dos micróbios.
Os antígenos opsonizados são mais facilmente fagocitados e eliminados pelos fagócitos e a ligação dos anticorpos aos seus receptores FcR liberam sinais que estimulam as atividades microbicidas destas células. Aqueles antígenos fagocitados são processados dentro dos lisossomos e apresentados via moléculas do MHC classe II, contribuindo para ativação dos linfócitos B e T.
Macrófagos e neutrófilos além de fagocitar as células opsonizadas com Ig, podem liberar no meio extracelular, onde se encontram os antígenos, enzimas hidrolíticas e radicais livres tóxicos para a maioria dos micróbios, capazes de matar microrganismos de tamanho muito grande para serem fagocitados, tais como helmintos.
A ligação do receptor Fc das células NK , liga-se aos anticorpos IgG inseridos às células, e o resultado é a lise das células revestidas de anticorpos ou opsonizadas, um processo designado citotoxidade celular dependente de anticorpo.
Os eosinófilos medeiam um tipo especial citotoxidade dirigida contra alguns parasitas helmínticos. Os helmintos são muito grandes para serem fagocitados pelos macrófagos e seus tegumentos são relativamente resistentes aos produtos microbicidas dos neutrófilos e dos macrófagos, mas eles podem ser mortos por uma proteína básica presente nos grânulos dos eosinófilos. A IgE reveste os helmintos, e os eosinófilos podem então se ligar à IgE por meio do seu receptor.
Os antígenos opsonizados também ativam as proteínas do sistema complemento, mais precisamente a via clássica.
O Sistema Complemento
O sistema complemento é um dos principais efetores da imunidade humoral é também um importante mecanismo efetor da imunidade inata.
Este sistema consiste de proteínas de superfície celular que interagem entre si e com outras células do sistema imune de modo altamente regulado. Estas proteínas são plasmáticas que normalmente estão inativas, mas são ativadas somente sob condições particulares para gerar produtos que medeiam as várias funções do complemento.
É como uma cascata de ativação de proteínas, uma seguida da outra, uma ativando outra, e que no final promove a ativação de proteínas com propriedades lesivas às células alvos.
As duas principais vias de ativação do complemento são a via clássica, que é ativada por certos isotipos de anticorpos ligados a antígenos (antígenos opsonizados), e a via alternativa, que é ativada nas superfícies das células dos micróbios na ausência dos anticorpos ligados.
A ativação do complemento ocorre na membrana das células alvos, os microrganismos, e é mediada pela ligação aos anticorpos ou pela ligação direta às proteínas constituintes da membrana. O produto final da cascata do complemento produz poros na membrana destes microrganismos, canais que promovem uma comunicação sem controle do material intracelular com o meio externo. As células morrem porque não conseguem lidar com o desequilíbrio osmótico causado por estes poros.

22 de novembro de 2009

Imunidade Adquida e Inata

IMUNIDADE INATA E INFLAMAÇÃO
A imunidade inata consiste em barreiras que impedem que materiais nocivos penetrem no corpo. Algumas dessas barreiras são a pele, o ácido estomacal, o muco (remove os microrganismos e pequenas partículas), o reflexo da tosse e as enzimas encontradas nas lágrimas e gorduras da pele. Se um antígeno ultrapassar as barreiras externas, ele é atacado e destruído por outras partes do sistema imune. A imunidade inata também inclui o que torna as pessoas resistentes a muitas das doenças dos animais.

O sistema imune inclui certos tipos de glóbulos brancos, assim como substâncias químicas e proteínas do sangue (como as proteínas do complemento e interferon). Algumas delas atacam diretamente as substâncias estranhas no corpo e outras atuam em conjunto, para auxiliar as células do sistema imune.

A resposta inflamatória (inflamação) faz parte da imunidade inata e ocorre, quando os tecidos são agredidos por bactérias, traumas, toxinas, calor ou qualquer outra causa. O tecido agredido libera substâncias químicas, como a histamina, a bradicinina, a serotonina, entre outras. Essas substâncias químicas promovem o extravasamento de líquido dos vasos sangüíneos para os tecidos, produzindo um inchaço localizado. Isso auxilia a isolar a substância estranha, impedindo-a de entrar em contato com os tecidos do corpo.

As substâncias químicas também atraem os glóbulos brancos que "ingerem" os microrganismos e as células mortas ou lesadas. O processo pelo qual esses glóbulos brancos envolvem, ingerem e destroem as substâncias estranhas, é chamado de fagocitose e as células são chamadas coletivamente de fagócitos. Essas células acabam morrendo. O pus é formado por restos de tecidos mortos, bactérias mortas e fagócitos vivos e mortos.

IMUNIDADE ADQUIRIDA
A imunidade adquirida (de adaptação) se desenvolve, quando o corpo é exposto a vários antígenos. Ela envolve um tipo específico de glóbulo branco, chamado de linfócito. Na realidade, existem dois grupos de linfócitos. Os linfócitos B (também chamados de células B) produzem os anticorpos. Os anticorpos fixam-se a um antígeno específico e, com isso, torna-se mais fácil para o fagócito destruir o antígeno. Os linfócitos T (células T) atacam os antígenos diretamente e alguns linfócitos T controlam a resposta imune. Desenvolvem-se linfócitos B e T específicos contra UM tipo de antígeno. Quando um indivíduo é exposto a um antígeno diferente, formam-se linfócitos B e T diferentes.

À medida que os linfócitos se desenvolvem, eles aprendem normalmente a identificar os tecidos próprios do corpo e distingui-los dos tecidos e partículas que normalmente não são encontrados no corpo (não-próprios). Uma vez que se formem os linfócitos B e T, algumas dessas células se multiplicarão e terão o papel de "memória" do sistema imune. Isso também permite que o sistema imune responda mais rapidamente e com maior eficiência, quando ocorrer uma nova exposição ao mesmo antígeno.

IMUNIDADE PASSIVA
A imunidade passiva é dada por anticorpos produzidos no corpo de uma outra pessoa. Os bebês possuem imunidade passiva, porque eles nascem com anticorpos maternos que atravessaram a placenta. Esses anticorpos desaparecem entre os 6 meses e 12 meses de idade. A gamaglobulina é um outro tipo de imunidade passiva. Sua proteção também é temporária.

Leucócitos que Combatem Infecções


Um antígeno é qualquer substância que pode estimular uma resposta imune. As bactérias, os vírus, as proteínas, os carboidratos, as células cancerosas e as toxinas podem atuar como antígenos.


O citoplasma dos macrófagos contém grânulos (ou pacotes) que consistem em várias substâncias químicas e enzimas que são envolvidas por uma membrana. Essas enzimas e substâncias químicas permitem ao macrófago digerir o micróbio ingerido, geralmente destruindo-o.


Os macrófagos não são encontrados no sangue. Ao invés disso, eles localizam-se estrategicamente onde os órgãos do corpo entram em contato com a corrente sangüínea ou com o mundo exterior. Por exemplo, os macrófagos são encontrados onde os pulmões recebem o ar do exterior e onde as células do fígado conectam-se com os vasos sangüíneos. Células similares presentes no sangue são denominadas monócitos.

Neutrófilos

Como os macrófagos, os neutrófilos são grandes leucócitos que fagocitam micróbios e outros antígenos e que possuem grânulos contendo enzimas para destruir antígenos fagocitados. No entanto, ao contrário dos macrófagos, os neutrófilos circulam no sangue; eles necessitam de um estímulo específico para sair do sangue e entrar nos tecidos.


Os macrófagos e os neutrófilos freqüentemente atuam em conjunto. Os macrófagos iniciam uma resposta imune e enviam sinais para mobilizar os neutrófilos para que estes juntem-se a eles na área com problema. Quando os neutrófilos chegam, eles destroem os invasores, digerindo-os. O acúmulo de neutrófilos e a destruição e a digestão dos micróbios acarretam a formação de pus.

Linfócitos

Os linfócitos, as principais células do sistema linfático, são relativamente pequenos em comparação com os macrófagos e os neutrófilos. Ao contrário dos os neutrófilos, os quais vivem de 7 a 10 dias, os linfócitos podem viver durante anos ou mesmo décadas. A maioria dos linfócitos é enquadrada em três categorias principais:


• Os linfócitos B são derivados de uma célulatronco (célula-mãe) da medula óssea e amadurecem até transformarem-se em plasmócitos, os quais secretam anticorpos.


• Os linfócitos T são formados quando as células-tronco migram da medula óssea até a glândula timo, onde eles dividem-se e amadurecem. Os linfócitos T aprendem como diferenciar o que é próprio do organismo do que não o é no timo. Os linfócitos T maduros deixam o timo e entram no sistema linfático, onde eles atuam como parte do sistema imune de vigilância.


• As células assassinas naturais, discretamente maiores que os linfócitos T e B, são assim denominadas por matarem determinados micróbios e células cancerosas. O “natural” de seu nome indica que elas estão prontas para destruir uma variedade de células-alvo assim que são formadas, em vez de exigirem a maturação e o processo educativo que os linfócitos B e T necessitam. As células assassinas naturais também produzem algumas citocinas, substâncias mensageiras que regulam algumas das funções dos linfócitos T, dos linfócitos B e dos macrófagos.

Anticorpos

Quando estimulados por um antígeno, os linfócitos B amadurecem até se transformarem em células produtoras de anticorpos. Anticorpos são proteínas que interagem com o antígeno que inicialmente estimula os linfócitos B. Os anticorpos também são denominados imunoglobulinas.

Cada molécula de anticorpo possui uma parte única que se liga a um antígeno específico e uma parte cuja estrutura determina a classe do anticorpo. Existem cinco classes de anticorpos: IgM, IgG, IgA, IgE e IgD

Fonte:http://blig.ig.com.br/ebomsaber/2009/10/19/o-sistema-imunologico-humano/

O timo


Situada na parte superior da caixa toráxica (ver fugura ao lado), a glândula timo – ou simplesmente “timo” – é o órgão responsável pela produção dos linfócitos “T”. Durante a vida de uma pessoa, ela diminui de tamanho. Nos idosos, é substituída por um tecido adiposo que causa diminuição da produção dos “T”.

Reconhecimento do SI

A IgM é o anticorpo produzido após a exposição inicial a um antígeno. Por exemplo, quando uma criança recebe sua primeira vacina contra o tétano, os anticorpos antitétano da classe IgM são produzidos 10 a 14 dias mais tarde (resposta de anticorpos primária). A IgM é abundante no sangue, mas normalmente não se encontra presente nos órgãos ou nos tecidos.


• A IgG, o tipo de anticorpo mais prevalente, é produzido após a exposição subseqüente a um antígeno. Por exemplo, após uma segunda vacina antitetânica (reforço), a criança produz anticorpos da classe IgG em 5 a 7 dias. A resposta de anticorpos secundária é mais rápida e mais abundante que a resposta primária. A IgG está presente tanto no sangue como nos tecidos. Trata-se do único anticorpo que é transferido através da placenta, da mãe para o feto. A IgG materna protege o feto e o recém nascido até que o sistema imune do bebê possa produzir seus próprios anticorpos.

• A IgA é o anticorpo que tem um papel importante na defesa do corpo contra a invasão de microrganismos através das superfícies revestidas por membrana mucosa (p.ex., nariz, olhos, pulmões e intestinos). A IgA é encontrada no sangue e em secreções como as do trato gastrointestinal, do nariz, dos olhos, dos pulmões e no leite materno.


• A IgE é o anticorpo que causa reações alérgicas agudas (imediatas). Neste aspecto, a IgE é a única classe de anticorpo que aparentemente faz mais mal que bem. Contudo, a IgE pode ser importante no combate às infecções parasitárias, como a oncocercose e a esquistossomose, as quais são comuns nos países em desenvolvimento.


• A IgD é um anticorpo presente em quantidades muito pequenas no sangue circulante. A sua
função não é totalmente conhecida.

Sistema do Complemento

O sistema do complemento compreende mais de 18 proteínas. Essas proteínas atuam em cascata, com uma proteína ativando a proteína seguinte. O sistema do complemento pode ser ativado por duas vias distintas. Uma via, denominada via alternativa, é ativada por certos produtos microbianos ou antígenos. A outra via, denominada via clássica, é ativada por anticorpos específicos ligados a seus antígenos (complexos imunes). O sistema do complemento atua para destruir substâncias estranhas, seja diretamente ou em conjunto com outros componentes do sistema imune.

Citocinas

As citocinas atuam como mensageiros do sistema imune. Essas substâncias são secretadas por células do sistema imune em resposta à estimulação. As citocinas amplificam (ou ajudam) alguns aspectos do sistema imune e inibem (ou suprimem) outros. Muitas citocinas já foram identificadas e a lista continua aumentando.


Algumas citocinas podem ser injetadas como tratamento de certas doenças. Por exemplo, o interferon alfa é eficaz no tratamento de certos cânceres, como a leucemia das células pilosas. Outra citocina, o interferon beta, pode ser útil no tratamento da esclerose múltipla. Uma terceira citocina, a interleucina-2, pode ser benéfica no tratamento do melanoma maligno e do câncer de rim, embora seu uso produza efeitos adversos. Uma outra citocina, o fator estimulador de colônias de granulócitos, o qual estimula a produção de neutrófilos, pode ser administrada em pacientes de câncer com contagens baixas de neutrófilos causadas pela quimioterapia.

Complexo de Histocompatibilidade Principal

Todas as células possuem moléculas sobre suas superfícies que são exclusivas de cada indivíduo. Essas moléculas são denominadas complexo de histocompatibilidade principal. Através de suas moléculas do complexo de histocompatibilidade principal, o corpo é capaz de diferenciar o que lhe é próprio do que não o é. Qualquer célula que apresenta moléculas idênticas do complexo de histocompatibilidade principal é ignorada; qualquer célula que apresenta moléculas diferentes do complexo de histocompatibilidade principal é rejeitada.


Existem dois tipos de molécula do complexo de histocompatibilidade principal (também denominadas antígenos leucocitários humanos ou HLA): classe I e classe II. As moléculas do complexo de histocompatibilidade principal classe I estão presentes em todas as células do corpo, exceto nos eritrócitos. As moléculas do complexo de histocompatibilidade principal classe II estão presentes apenas sobre as superfícies dos macrófagos, dos linfócitos B e dos linfócitos T que foram estimulados por um antígeno. As moléculas do complexo de histocompatibilidade principal das classes I e II de um indivíduo são únicas. Embora gêmeos idênticos possuam moléculas do complexo de histocompatibilidade principal idênticas, a probabilidade de gêmeos não idênticos possuírem moléculas idênticas é baixa (1 para 4) e extraordinariamente baixa entre os indivíduos não irmãos.

As células do sistema imune aprendem a diferenciar o que é próprio do organismo do que o que não o é no timo. Quando o sistema imune começa a desenvolver-se no feto, células-tronco migram para o timo, onde dividem-se até converterse em linfócitos T. Durante o desenvolvimento do timo, qualquer linfócito T que reaja frente às moléculas do complexo de histocompatibilidade principal do timo é eliminado. À qualquer linfócito T que tolere o complexo de histocompatibilidade principal do timo e aprenda a cooperar com células que apresentam moléculas exclusivas do complexo de histocompatibilidade principal do corpo é permitida a maturação e a sua saída do timo.

O resultado é que os linfócitos T maduros toleram as células próprias do corpo e podem cooperar com outras células do organismo quando solicitadas para defendê-lo. Se os linfócitos T não se tornarem tolerantes às moléculas do complexo de histocompatibilidade principal, eles podem atacar o corpo. No entanto, algumas vezes, os linfócitos T perdem a capacidade de diferenciar o que é próprio do corpo do que não o é, acarretando doenças auto-imunes como o lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) ou a esclerose múltipla.

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Imunidade e Resposta Imune
O sistema imune desenvolveu uma rede complexa de controles e equilíbrios que pode ser classificada em duas categorias: imunidade natural (inata) e adquirida (aprendida).


Todos os indivíduos nascem com imunidade inata. Os componentes do sistema imune que participam da imunidade inata (macrófagos, neutrófilos e complemento) reagem de forma similar frente a todas as substâncias estranhas, e a identificação dos antígenos não varia de indivíduo para indivíduo.


Como o nome indica, a imunidade adquirida é aprendida. Ao nascer, o sistema imune de um indivíduo ainda não enfrentou o mundo exterior nem começou a formar seus arquivos de memória. O sistema imune aprende a responder a cada novo antígeno que ele encontra. Portanto, a imunidade adquirida é específica contra os antígenos encontrados por um indivíduo durante a vida. O pontochave da imunidade específica é a sua capacidade de aprender, de adaptar-se e de lembrar-se.

O sistema imune possui um registro ou memória de cada antígeno que o indivíduo entra em contato, seja através dos pulmões (respiração), do intestino (alimentação) ou da pele. Isto é possível porque os linfócitos vivem muito tempo.Quando os linfócitos encontram um antígeno pela segunda vez, eles produzem uma resposta rápida, enérgica e específica contra o mesmo. Essa resposta imune específica explica por que os indivíduos não apresentam varicela ou sarampo mais de uma vez e também explica por que a vacinação é tão eficaz na prevenção de doenças. Por exemplo, para evitar a poliomielite, o indivíduo recebe uma vacina produzida a partir de uma forma atenuada do vírus da poliomielite. Posteriormente, quando ele é exposto ao vírus da poliomielite, o sistema imune pesquisa seus arquivos de memória, encontra os “dados” sobre este vírus e ativa rapidamente as defesas adequadas. Como conseqüência, o vírus da poliomielite é eliminado por anticorpos específicos que neutralizam o vírus antes que ele tenha a chance de multiplicar-se e de invadir o sistema nervoso.


A imunidade inata e a imunidade adquirida não são independentes uma da outra. Cada sistema atua em relação ao outro e o influencia, seja diretamente ou através da indução de citocinas (mensageiros). Raramente um estímulo desencadeia uma resposta isolada. Ao contrário, ocorrem várias respostas, algumas das quais podem atuar em conjunto ou, ocasionamente, podem conflitar entre si. De todos os modos, todas as respostas dependem dos três princípios básicos: reconhecimento, mobilização e ataque.

25 de outubro de 2009

Figura esquemática do funcionamento do sistema imune





Fonte:http://www.afh.bio.br/imune/imune1.asp

Sistema Imune

O SISTEMA IMUNE é uma organização complexa e integrada de macromoléculas (anticorpos, proteínas do sistema de complemento, citocinas) e células (macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T). Ele é um produto de determinantes ou fatores genéticos e ambientais, sendo fundamental para a sobrevivência dos seres.


Anticorpos são a defesa primária contra patógenos extra-celulares e eles funcionam de três maneiras principais:

Neutralização
Ao se ligarem com o patógeno ou à substância estranha os anticorpos podem bloquear a associação do patógeno com seus alvos. Por exemplo, anticorpos contra toxinas bacterianas podem impeder a ligação da toxina às células hospedeiras próximas ao tornar a toxina inócua. Similarmente, anticorpos que se ligam a patógenos virais ou bacterianos podem impeder a ligação do patógeno ao seu alvo nas proximidades impedindo a infecção ou colonização.

Fagocitose
O anticorpo ao se ligar ao patógeno ou à substãncia estranha pode fagocitar o material e facilitar sua captação e destruição pelas células fagocíticas. A região Fc do anticorpo interage com os receptores Fc nas células fagocíticas tornando o patógeno mais facilmente fagocitável.

Ativação do complemento
A ativação do complemento pelo anticorpo pode levar à lise de certas bactérias e virus. Além disso, alguns componentes da cascata do complemento patógenos e facilita sua captação via receptores do complemento nas células fagocíticas.

As células que atuam na defesa imunológica são os leucócitos, também conhecidos como “glóbulos brancos”. A primeira fase dessa defesa natural é a “indução”. Através dela, as células conhecidas como “macrófagos”, ingerem ou englobam o antígeno (substância que atua na formação de anticorpos) e criam subprodutos originados de precursores na medula óssea. Esses subprodutos são apresentados aos linfócitos, que são outra categoria de glóbulos brancos.

Os linfócitos se dividem em dois tipos. Os linfócitos timo-dependentes, representados pela letra “T”, sofrem diferenciações na glândula timo. Os do outro tipo são os linfócitos bursa-dependentes, que nas aves são diferenciadas num órgão conhecido como “bursa de Fabricius”, para o qual ainda não foi descoberto um correspondente no ser humano

O sistema linfático é uma rede de linfonodos conectados por vasos linfáticos. Os linfonodos contêm uma malha de tecido em que linfócitos estão intimamente unidos. Esta malha de linfócitos filtra, ataca e destrói organismos nocivos que causam infecções. Os linfonodos freqüentemente estão aglomerados em áreas onde os vasos linfáticos se ramificam, como o pescoço, as axilas e virilhas.

A linfa, um líquido rico em leucócitos, circula através dos vasos linfáticos. A linfa
ajuda a retornar a água, proteínas e outras substâncias dos tecidos do organismo para a corrente sangüínea. Todas as substâncias absorvidas pela linfa passam através de pelo menos um linfonodo e da sua malha filtrante de linfócitos.


Outros órgãos e tecidos do corpo - timo, fígado, baço, apêndice, medula óssea e pequenos aglomerados de tecido linfático (como as tonsilas na garganta e as placas de Peyer no intestino delgado) também fazem parte do sistema linfático. Essas estruturas também ajudam o corpo no combate às infecções.