22 de novembro de 2009

Imunidade Adquida e Inata

IMUNIDADE INATA E INFLAMAÇÃO
A imunidade inata consiste em barreiras que impedem que materiais nocivos penetrem no corpo. Algumas dessas barreiras são a pele, o ácido estomacal, o muco (remove os microrganismos e pequenas partículas), o reflexo da tosse e as enzimas encontradas nas lágrimas e gorduras da pele. Se um antígeno ultrapassar as barreiras externas, ele é atacado e destruído por outras partes do sistema imune. A imunidade inata também inclui o que torna as pessoas resistentes a muitas das doenças dos animais.

O sistema imune inclui certos tipos de glóbulos brancos, assim como substâncias químicas e proteínas do sangue (como as proteínas do complemento e interferon). Algumas delas atacam diretamente as substâncias estranhas no corpo e outras atuam em conjunto, para auxiliar as células do sistema imune.

A resposta inflamatória (inflamação) faz parte da imunidade inata e ocorre, quando os tecidos são agredidos por bactérias, traumas, toxinas, calor ou qualquer outra causa. O tecido agredido libera substâncias químicas, como a histamina, a bradicinina, a serotonina, entre outras. Essas substâncias químicas promovem o extravasamento de líquido dos vasos sangüíneos para os tecidos, produzindo um inchaço localizado. Isso auxilia a isolar a substância estranha, impedindo-a de entrar em contato com os tecidos do corpo.

As substâncias químicas também atraem os glóbulos brancos que "ingerem" os microrganismos e as células mortas ou lesadas. O processo pelo qual esses glóbulos brancos envolvem, ingerem e destroem as substâncias estranhas, é chamado de fagocitose e as células são chamadas coletivamente de fagócitos. Essas células acabam morrendo. O pus é formado por restos de tecidos mortos, bactérias mortas e fagócitos vivos e mortos.

IMUNIDADE ADQUIRIDA
A imunidade adquirida (de adaptação) se desenvolve, quando o corpo é exposto a vários antígenos. Ela envolve um tipo específico de glóbulo branco, chamado de linfócito. Na realidade, existem dois grupos de linfócitos. Os linfócitos B (também chamados de células B) produzem os anticorpos. Os anticorpos fixam-se a um antígeno específico e, com isso, torna-se mais fácil para o fagócito destruir o antígeno. Os linfócitos T (células T) atacam os antígenos diretamente e alguns linfócitos T controlam a resposta imune. Desenvolvem-se linfócitos B e T específicos contra UM tipo de antígeno. Quando um indivíduo é exposto a um antígeno diferente, formam-se linfócitos B e T diferentes.

À medida que os linfócitos se desenvolvem, eles aprendem normalmente a identificar os tecidos próprios do corpo e distingui-los dos tecidos e partículas que normalmente não são encontrados no corpo (não-próprios). Uma vez que se formem os linfócitos B e T, algumas dessas células se multiplicarão e terão o papel de "memória" do sistema imune. Isso também permite que o sistema imune responda mais rapidamente e com maior eficiência, quando ocorrer uma nova exposição ao mesmo antígeno.

IMUNIDADE PASSIVA
A imunidade passiva é dada por anticorpos produzidos no corpo de uma outra pessoa. Os bebês possuem imunidade passiva, porque eles nascem com anticorpos maternos que atravessaram a placenta. Esses anticorpos desaparecem entre os 6 meses e 12 meses de idade. A gamaglobulina é um outro tipo de imunidade passiva. Sua proteção também é temporária.

Leucócitos que Combatem Infecções


Um antígeno é qualquer substância que pode estimular uma resposta imune. As bactérias, os vírus, as proteínas, os carboidratos, as células cancerosas e as toxinas podem atuar como antígenos.


O citoplasma dos macrófagos contém grânulos (ou pacotes) que consistem em várias substâncias químicas e enzimas que são envolvidas por uma membrana. Essas enzimas e substâncias químicas permitem ao macrófago digerir o micróbio ingerido, geralmente destruindo-o.


Os macrófagos não são encontrados no sangue. Ao invés disso, eles localizam-se estrategicamente onde os órgãos do corpo entram em contato com a corrente sangüínea ou com o mundo exterior. Por exemplo, os macrófagos são encontrados onde os pulmões recebem o ar do exterior e onde as células do fígado conectam-se com os vasos sangüíneos. Células similares presentes no sangue são denominadas monócitos.

Neutrófilos

Como os macrófagos, os neutrófilos são grandes leucócitos que fagocitam micróbios e outros antígenos e que possuem grânulos contendo enzimas para destruir antígenos fagocitados. No entanto, ao contrário dos macrófagos, os neutrófilos circulam no sangue; eles necessitam de um estímulo específico para sair do sangue e entrar nos tecidos.


Os macrófagos e os neutrófilos freqüentemente atuam em conjunto. Os macrófagos iniciam uma resposta imune e enviam sinais para mobilizar os neutrófilos para que estes juntem-se a eles na área com problema. Quando os neutrófilos chegam, eles destroem os invasores, digerindo-os. O acúmulo de neutrófilos e a destruição e a digestão dos micróbios acarretam a formação de pus.

Linfócitos

Os linfócitos, as principais células do sistema linfático, são relativamente pequenos em comparação com os macrófagos e os neutrófilos. Ao contrário dos os neutrófilos, os quais vivem de 7 a 10 dias, os linfócitos podem viver durante anos ou mesmo décadas. A maioria dos linfócitos é enquadrada em três categorias principais:


• Os linfócitos B são derivados de uma célulatronco (célula-mãe) da medula óssea e amadurecem até transformarem-se em plasmócitos, os quais secretam anticorpos.


• Os linfócitos T são formados quando as células-tronco migram da medula óssea até a glândula timo, onde eles dividem-se e amadurecem. Os linfócitos T aprendem como diferenciar o que é próprio do organismo do que não o é no timo. Os linfócitos T maduros deixam o timo e entram no sistema linfático, onde eles atuam como parte do sistema imune de vigilância.


• As células assassinas naturais, discretamente maiores que os linfócitos T e B, são assim denominadas por matarem determinados micróbios e células cancerosas. O “natural” de seu nome indica que elas estão prontas para destruir uma variedade de células-alvo assim que são formadas, em vez de exigirem a maturação e o processo educativo que os linfócitos B e T necessitam. As células assassinas naturais também produzem algumas citocinas, substâncias mensageiras que regulam algumas das funções dos linfócitos T, dos linfócitos B e dos macrófagos.

Anticorpos

Quando estimulados por um antígeno, os linfócitos B amadurecem até se transformarem em células produtoras de anticorpos. Anticorpos são proteínas que interagem com o antígeno que inicialmente estimula os linfócitos B. Os anticorpos também são denominados imunoglobulinas.

Cada molécula de anticorpo possui uma parte única que se liga a um antígeno específico e uma parte cuja estrutura determina a classe do anticorpo. Existem cinco classes de anticorpos: IgM, IgG, IgA, IgE e IgD

Fonte:http://blig.ig.com.br/ebomsaber/2009/10/19/o-sistema-imunologico-humano/

O timo


Situada na parte superior da caixa toráxica (ver fugura ao lado), a glândula timo – ou simplesmente “timo” – é o órgão responsável pela produção dos linfócitos “T”. Durante a vida de uma pessoa, ela diminui de tamanho. Nos idosos, é substituída por um tecido adiposo que causa diminuição da produção dos “T”.

Reconhecimento do SI

A IgM é o anticorpo produzido após a exposição inicial a um antígeno. Por exemplo, quando uma criança recebe sua primeira vacina contra o tétano, os anticorpos antitétano da classe IgM são produzidos 10 a 14 dias mais tarde (resposta de anticorpos primária). A IgM é abundante no sangue, mas normalmente não se encontra presente nos órgãos ou nos tecidos.


• A IgG, o tipo de anticorpo mais prevalente, é produzido após a exposição subseqüente a um antígeno. Por exemplo, após uma segunda vacina antitetânica (reforço), a criança produz anticorpos da classe IgG em 5 a 7 dias. A resposta de anticorpos secundária é mais rápida e mais abundante que a resposta primária. A IgG está presente tanto no sangue como nos tecidos. Trata-se do único anticorpo que é transferido através da placenta, da mãe para o feto. A IgG materna protege o feto e o recém nascido até que o sistema imune do bebê possa produzir seus próprios anticorpos.

• A IgA é o anticorpo que tem um papel importante na defesa do corpo contra a invasão de microrganismos através das superfícies revestidas por membrana mucosa (p.ex., nariz, olhos, pulmões e intestinos). A IgA é encontrada no sangue e em secreções como as do trato gastrointestinal, do nariz, dos olhos, dos pulmões e no leite materno.


• A IgE é o anticorpo que causa reações alérgicas agudas (imediatas). Neste aspecto, a IgE é a única classe de anticorpo que aparentemente faz mais mal que bem. Contudo, a IgE pode ser importante no combate às infecções parasitárias, como a oncocercose e a esquistossomose, as quais são comuns nos países em desenvolvimento.


• A IgD é um anticorpo presente em quantidades muito pequenas no sangue circulante. A sua
função não é totalmente conhecida.

Sistema do Complemento

O sistema do complemento compreende mais de 18 proteínas. Essas proteínas atuam em cascata, com uma proteína ativando a proteína seguinte. O sistema do complemento pode ser ativado por duas vias distintas. Uma via, denominada via alternativa, é ativada por certos produtos microbianos ou antígenos. A outra via, denominada via clássica, é ativada por anticorpos específicos ligados a seus antígenos (complexos imunes). O sistema do complemento atua para destruir substâncias estranhas, seja diretamente ou em conjunto com outros componentes do sistema imune.

Citocinas

As citocinas atuam como mensageiros do sistema imune. Essas substâncias são secretadas por células do sistema imune em resposta à estimulação. As citocinas amplificam (ou ajudam) alguns aspectos do sistema imune e inibem (ou suprimem) outros. Muitas citocinas já foram identificadas e a lista continua aumentando.


Algumas citocinas podem ser injetadas como tratamento de certas doenças. Por exemplo, o interferon alfa é eficaz no tratamento de certos cânceres, como a leucemia das células pilosas. Outra citocina, o interferon beta, pode ser útil no tratamento da esclerose múltipla. Uma terceira citocina, a interleucina-2, pode ser benéfica no tratamento do melanoma maligno e do câncer de rim, embora seu uso produza efeitos adversos. Uma outra citocina, o fator estimulador de colônias de granulócitos, o qual estimula a produção de neutrófilos, pode ser administrada em pacientes de câncer com contagens baixas de neutrófilos causadas pela quimioterapia.

Complexo de Histocompatibilidade Principal

Todas as células possuem moléculas sobre suas superfícies que são exclusivas de cada indivíduo. Essas moléculas são denominadas complexo de histocompatibilidade principal. Através de suas moléculas do complexo de histocompatibilidade principal, o corpo é capaz de diferenciar o que lhe é próprio do que não o é. Qualquer célula que apresenta moléculas idênticas do complexo de histocompatibilidade principal é ignorada; qualquer célula que apresenta moléculas diferentes do complexo de histocompatibilidade principal é rejeitada.


Existem dois tipos de molécula do complexo de histocompatibilidade principal (também denominadas antígenos leucocitários humanos ou HLA): classe I e classe II. As moléculas do complexo de histocompatibilidade principal classe I estão presentes em todas as células do corpo, exceto nos eritrócitos. As moléculas do complexo de histocompatibilidade principal classe II estão presentes apenas sobre as superfícies dos macrófagos, dos linfócitos B e dos linfócitos T que foram estimulados por um antígeno. As moléculas do complexo de histocompatibilidade principal das classes I e II de um indivíduo são únicas. Embora gêmeos idênticos possuam moléculas do complexo de histocompatibilidade principal idênticas, a probabilidade de gêmeos não idênticos possuírem moléculas idênticas é baixa (1 para 4) e extraordinariamente baixa entre os indivíduos não irmãos.

As células do sistema imune aprendem a diferenciar o que é próprio do organismo do que o que não o é no timo. Quando o sistema imune começa a desenvolver-se no feto, células-tronco migram para o timo, onde dividem-se até converterse em linfócitos T. Durante o desenvolvimento do timo, qualquer linfócito T que reaja frente às moléculas do complexo de histocompatibilidade principal do timo é eliminado. À qualquer linfócito T que tolere o complexo de histocompatibilidade principal do timo e aprenda a cooperar com células que apresentam moléculas exclusivas do complexo de histocompatibilidade principal do corpo é permitida a maturação e a sua saída do timo.

O resultado é que os linfócitos T maduros toleram as células próprias do corpo e podem cooperar com outras células do organismo quando solicitadas para defendê-lo. Se os linfócitos T não se tornarem tolerantes às moléculas do complexo de histocompatibilidade principal, eles podem atacar o corpo. No entanto, algumas vezes, os linfócitos T perdem a capacidade de diferenciar o que é próprio do corpo do que não o é, acarretando doenças auto-imunes como o lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) ou a esclerose múltipla.

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Imunidade e Resposta Imune
O sistema imune desenvolveu uma rede complexa de controles e equilíbrios que pode ser classificada em duas categorias: imunidade natural (inata) e adquirida (aprendida).


Todos os indivíduos nascem com imunidade inata. Os componentes do sistema imune que participam da imunidade inata (macrófagos, neutrófilos e complemento) reagem de forma similar frente a todas as substâncias estranhas, e a identificação dos antígenos não varia de indivíduo para indivíduo.


Como o nome indica, a imunidade adquirida é aprendida. Ao nascer, o sistema imune de um indivíduo ainda não enfrentou o mundo exterior nem começou a formar seus arquivos de memória. O sistema imune aprende a responder a cada novo antígeno que ele encontra. Portanto, a imunidade adquirida é específica contra os antígenos encontrados por um indivíduo durante a vida. O pontochave da imunidade específica é a sua capacidade de aprender, de adaptar-se e de lembrar-se.

O sistema imune possui um registro ou memória de cada antígeno que o indivíduo entra em contato, seja através dos pulmões (respiração), do intestino (alimentação) ou da pele. Isto é possível porque os linfócitos vivem muito tempo.Quando os linfócitos encontram um antígeno pela segunda vez, eles produzem uma resposta rápida, enérgica e específica contra o mesmo. Essa resposta imune específica explica por que os indivíduos não apresentam varicela ou sarampo mais de uma vez e também explica por que a vacinação é tão eficaz na prevenção de doenças. Por exemplo, para evitar a poliomielite, o indivíduo recebe uma vacina produzida a partir de uma forma atenuada do vírus da poliomielite. Posteriormente, quando ele é exposto ao vírus da poliomielite, o sistema imune pesquisa seus arquivos de memória, encontra os “dados” sobre este vírus e ativa rapidamente as defesas adequadas. Como conseqüência, o vírus da poliomielite é eliminado por anticorpos específicos que neutralizam o vírus antes que ele tenha a chance de multiplicar-se e de invadir o sistema nervoso.


A imunidade inata e a imunidade adquirida não são independentes uma da outra. Cada sistema atua em relação ao outro e o influencia, seja diretamente ou através da indução de citocinas (mensageiros). Raramente um estímulo desencadeia uma resposta isolada. Ao contrário, ocorrem várias respostas, algumas das quais podem atuar em conjunto ou, ocasionamente, podem conflitar entre si. De todos os modos, todas as respostas dependem dos três princípios básicos: reconhecimento, mobilização e ataque.